segunda-feira, 5 de março de 2007
Pecado da Cor
É bonito ver a preocupação que a Rede Globo tem com temas como a homossexualidade, o racismo e outros tantos tipos de assuntos polêmicos, causadores de preconceito no Brasil e no mundo.
O casal de lésbicas em Mulheres Apaixonadas (Alinne Moraes e Paula Picarelli) quase roubava (se não roubou) a cena dos insossos protagonistas Christiane Torlone e José Mayer. Todos torceram a favor do amor e da união das garotas e detestaram os pais retrógrados e autoritários de Rafaela, Alinne Moraes. Quer prova maior de que a novela estava conseguindo progressos quanto à aceitação do público frente ao homossexualismo?
Outro fator interessante que não podemos esquecer foi o sucesso da canção do casal, “Vivir sin Aire”, do grupo Maná. A música embalou beijos apaixonados dos mais diferentes tipos de casal no país e tocou mais nas rádios do que “E aí? Chupa Toda! Eu Disse Toda!”, na época da gravação dos dez anos de Ivete na Fonte Nova.
E Preta (Taís Araújo)? Tudo bem que o nome da novela, Cor do Pecado (do pecado?), tenha gerado polêmica, mas foi uma bela tentativa da Globo! Depois de tanto tempo, finalmente uma protagonista negra! A superação, a luta e a vitória daquela mãe honesta e trabalhadora foram bonitas de ver.
Como explicar, então, a predominância, ainda, de gays e negros (pobres), dentre outros (gordos, feios e por aí vai) nos núcleos cômicos das novelas da Globo (e, justiça se faça, em quase todas as emissoras)? Quem não se lembra de Ubiracy (Luiz Henrique Nogueira), homossexual estereotipado de Senhora do Destino, que parecia uma extensão do corpo de Nalva (Tânia Khalil), passista da escola de samba Unidos da Vila São Miguel? O seu jeito “espalhafatoso” de ser era uma forte tentativa de provocar (e provocava) risos no público.
E Foguinho? Tudo bem que foi um caso um pouco diferente, porque dele deu a volta por cima no final da novela Cobras e Lagartos, conseguindo conquistar o respeito da maioria dos personagens que o discriminavam. Rejeitado até pelo próprio pai negro, entretanto, o sofrimento daquele preto, pobre e trambiqueiro, de bigode dourado, foi motivo de muitas gargalhadas dentre os telespectadores.
Mas e a preocupação com o racismo? E a forma bonita e pura de tratar a homossexualidade? Quem sabe essas e outras respostas não veremos em cenas dos próximos capítulos. Aguardem!
por Juliana Lopes
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