quarta-feira, 28 de março de 2007

Pitanga, Cravo e Canela


Bebel, Camila Pitanga, é a mais nova “Gabriela” do autor Gilberto Braga. Ao som de ninguém menos que Caetano Veloso (lembram de outra personagem de Jorge Amado com a “vida tacanha”, também musicada por Caê?), Bebel desfila nas ruas cariocas, na saga de uma Gabriela retirante (versão atualizada do clássico).

Nascida na Bahia (outra coincidência?), a personagem de Camila Pitanga tem todas as características que uma boa baiana (sem trocadilhos, por favor!) de Jorge Amado tem que ter: morena, gostosa, pobre e puta, com o perdão das palavras.

Só que nossa versão 2007.1 de Gabriela cansou de brincar com nossos amiguinhos baianos e decidiu ganhar a vida no Rio. Até agora, infelizmente, seu batom vermelho ainda não obteve êxito. Particularmente, ainda não entendi como Camila Pitanga, na profissão em que está, não prosperou. Só com o seu par de pernas, que Jorge Amado descreveria, minuciosamente, cada fibra muscular, já dava para ter comprado dois carros e uma casa com um cachorro dentro.

Opa, opa! “Ó, Paí, Ó”! Quase que eu caía (ou caí?) nos estereótipos da vulgarização da mulher baiana. Mas não é isso que a novela passa? Não são as personagens de Amado um pouco, digamos, “brasileiras” demais? Então, por que a culpa é minha? Se Paraíso Tropical faz sucesso (faz?); se Cravo e Canela fez sucesso, então continuemos!

Porque vocês sabem, né? Nós, baianas (incluindo Bebel, nossa atual representante), somos receptivas e sensuais. Não sei se é o calor... ou será a pouca roupa que ele gera? Talvez o sotaque ou nossas gírias típicas e insinuantes! O importante, enfim, é que, mais do que nunca, temos de nos orgulhar de termos toda a nossa sensualidade representada por Bebel, a prostituta! Olha que privilégio! Do Cravo e Canela à Pitanga, vamos progredindo!

por Juliana Lopes

Um comentário:

Anônimo disse...

Que legal ! acesso todos os dias esse blog, muito bom !!! parabés Juliana Lopes e Renata, continuem assim.
Até mais.