sexta-feira, 6 de abril de 2007

Mais um, mais um???



A sensação de bis às vezes cansa. Mal deu tempo de esquecer o grego Nikos e a sofrida Júlia de "Belíssima", que lá vem Gilberto Braga escalando novamente Tony Ramos e Glória Pires para formarem par romântico. Sem parar por aí, a dobradinha em "Paraíso Tropical" se estende: adivinhem só quem já terá tido um envolvimento amoroso com Lúcia, personagem vivida por Glória? É ele mesmo, o boa pinta e ex-vilão, Marcelo Antonny. Dando adeus a André, o ator agora interpreta Cássio, personagem que teve um filho com Lúcia no passado.

Mesmo com essas semelhanças, não é nem um pouco difícil perceber que "Paraíso Tropical" e "Belíssima" apresentam diferenças gritantes. Em tese, são justamente essas distinções que proporcionam que os atores possam contracenar juntos novamente, só que sempre vestindo novas embalagens, vivendo novos contextos. Mas, levando em conta a proximidade em que essas duas novelas foram exibidas - apenas uma trama separou as duas obras-, surge a seguinte dúvida: será que a repetição de um casal, em tão curto intervalo de tempo, não acaba se transformando numa espécie de déjà vu para o público?

A situação fica ainda mais curiosa se lembrarmos que, em "Belíssima", Tony e Glória não conseguiram um entrosamento que conquistasse a torcida do público. O telespectador até que se empolgava com as histórias de Nikos, assim como se compadecia com as situações enfrentadas por Júlia, mas parece que, quando se tratava de reunir os dois enquanto casal, a tal da química não rolava. Diante de uma experiência tão recente e que, por pouco, não chegou a ser frustrante, por que, então, decidir escalar os mesmos atores para se envolverem em "Paraíso Tropical"?

Enquanto Gilberto Braga e Ricardo Linhares não vêm responder tais perguntas, ouso afirmar que insistir naquilo que acabou de não dar certo me soa um tanto suicida. Afinal, se nem os cenários suntuosos da Grécia foram suficientes para ajudar o casal "Zúlia"-Nikos a ganharem toda a simpatia do público, por que, então, correr o risco de apostar que a química entre os dois surgiria agora?


Por Renata Cerqueira

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