quarta-feira, 30 de maio de 2007

Não é Bem Assim


É fácil culpar Taís e enaltecer Paula (“Paraíso Tropical”)! Mas quem é você para julgar personagens com complexas relações familiares e difíceis histórias de vida?

Taís é a má, a miserável que quer passar a pobre coitada da Paula para trás. Tudo bem que a irmã boazinha teve uma vida difícil, enfrentando preconceitos por ter uma “mãe de vida fácil”. Mas, se considerarmos que o relacionamento entre parentes e, especificamente, entre irmãos já é complicado, imagine entre irmãos “idênticos”?

Com uma vida também sofrida e criada no subúrbio, Taís não soube lidar muito bem com esse negócio de reencontrar sua cópia em “pele de cordeiro” depois de vários anos. Façamos um esforço para entender o lado da parte má da história.

Se Paula conseguiu assimilar tudo, encarando os fatos que surgiam de forma positiva, é compreensível que Taís não tenha conseguido o mesmo. Como afirma a jornalista Daniela Dias em seu artigo “Gêmeos não são iguais”, a semelhança física não é sinônimo de comportamentos idêntico. Os gêmeos têm maior propensão a ter afinidades, mas possuem personalidade, temperamento e anseios distintos”.

A dificuldade econômica pela qual a “vilã” passou, associada a uma personalidade diferente à da irmã (enquanto uma enfrentava as dificuldades trabalhando pesado, a outra tentava satisfazer sua ambição de forma mais fácil e eficaz), tornou-a uma mulher ambiciosa, que vê na sua cópia uma possibilidade de ascensão financeira.
Tudo isso porque a personagem má de Alessandra Negrini não conseguiu, em dois dias, cultivar o amor de irmã inseparável, como a personagem boa da atriz conseguiu. Para a “ovelha negra”, a irmã é, apenas, uma estranha em formato idêntico ao seu.

A maior prova, entretanto, de que Taís não é essa bruxa que tentam "pintar" (isso só com “Eterna Magia” mesmo) é que ela não faz mal a quem gosta. E daí se ela só gosta de uma pessoa no mundo (Cássio, Marcello Antony)? Pelo menos, até onde eu assisti, a esse ser iluminado ela não faz mal.

Pois é isso! Julgar é fácil! Mas vai você meter a colher onde não é chamado?! Bastam algumas semanas e já nos achamos na condição de podermos criticar e/ou elogiar personagens que cresceram longe dos nossos olhos! Achamos que, só com alguns capítulos, já colhemos informação suficiente para dizermos quem é bom ou ruim. Haja petulância!

por Juliana Lopes

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