quarta-feira, 30 de maio de 2007

Tarzan


Aproveitando a deixa do último post, venho tratar de um elemento que, estereotipado ou não na novela “Paraíso Tropical”, ainda faz parte da nossa sociedade e, principalmente, faz parte da cultura de diferentes segmentos sociais: o machismo.

Para exemplificar a questão acima usarei como exemplo Antenor Cavalcanti, personagem interpretado por Tony Ramos. Depois de trair a esposa e fazer aquelas velhas promessas para a sua jovem amante (Maria Fernanda Cândido), Antenor deu um ataque machista ao descobrir que a sua (ex?) esposa Ana Luísa tinha decidido seguir a vida depois de traída, namorando um menino também mais novo, Lucas.

Mas o mais “interessante” são os argumentos do personagem de Tony Ramos na hora de expor sua raiva. São clichês do tipo “mas eu sou homem!” ou “que papel ridículo para uma senhora!” ou, ainda, “o menino tem idade de ser filho dela!”. De forma estereotipada ou não, a questão é que ninguém pode negar que o machismo se faz presente na sociedade de forma bastante intensa ainda nos dias atuais.

Seja com os mesmo argumentos extremistas de Antenor ou de forma mais mascarada, não só os homens, mas também as mulheres, continuam com muitos resquícios machistas, herdados por sociedades passadas. E esse não é um elemento que, como muitos, é determinado pela divisão econômica da sociedade.

O machismo é um elemento cultural antigo, repassado de forma tácita pelas práticas culturais, estando presente em todos os segmentos econômicos da população do país. Não existe sexo, cor ou status social. Qualquer um pode apresentar, e, na grande maioria dos casos, apresenta, valores culturais que subordinam a mulher e sua posição dentro da sociedade às questões masculinas, jogando as vontades e necessidades femininas para segundo plano.

É claro que essa é uma questão que vem sendo mudada ao longo do tempo, mas, mesmo depois de tantos anos do patriarcalismo, continuamos com uma cultura excessivamente machista. Apesar de fictício, o personagem de Tony Ramos serve para, mais uma vez, podermos debater esse tema dentro da sociedade, discutindo seus efeitos e possíveis soluções (mesmo que em longo prazo). Atitudes como estas são de extrema importância para estremecer as amarras que vinculam o nosso país a uma cultura arcaica e subdesenvolvida.

por Juliana Lopes

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