segunda-feira, 21 de maio de 2007

Vixe Maria! Deus e o Diabo na teledramaturgia!


Decepção! Logo eu, que sempre gostei de falar sobre o antagonismo, acabo de fazer uma das maiores conclusões da minha vida, a partir da leitura do grande teórico culturalista, Stuart Hall.

Sempre procurando afastar-se das simplicidades reducionistas e extremistas, Hall sempre procurou um meio termo para seus estudos sobre a realidade. Analisando, inclusive, a recepção nos meios de comunicação, o culturalista mostrou que nada é totalmente bom ou ruim.

Sendo assim, desloquei os estudos desse grande teórico para a nossa realidade atual e notei que a vida, tirando algumas exceções, aberrações, filhas do cão que existem por aí, é composta por seres humanos “normais”, com qualidades e defeitos. Ninguém pode ser 24h ruim, como “Nazaré” de Senhora do Destino, por exemplo, nem tão boa moça, como “Paula” de Paraíso Tropical.

Claro que algumas pessoas possuem mais qualidades, enquanto outras são repletas de defeitos. Mas tem uma hora do dia, aquele momento da pessoa consigo mesma, que algum ser muito iluminado comete uma “maldadezinha” que seja, ou algum miserável desses, aí, resolve fazer uma bondade qualquer, para tentar reverter um pouquinho seu quadro lá, "em cima".

Só que, nas novelas, não! Os autores constroem cada mostro estereotipado, de forma a parecer a coisa mais comum do mundo encontrar uma “Leona”, roubando uma “Luxus” todo dia ou matando um Francisco Cuoco, antes do jantar (Cobras e Lagartos)!

Stuart Hall e seus Estudos Culturais! Ou deixo de ler o teórico ou perco meu interesse nas novelas (começo a achá-las tão previsíveis!). Ô, dúvida cruel!


por Juliana Lopes

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